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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

O Pequeno Príncipe

Ontem postei aqui uma citação dizendo que não vemos o mundo como ele realmente é, mas sim como cada um de nós somos. Também postei sobre a resposta que minha mãe me deu quando perguntei sobre a existência do Papai Noel: ele mora na nossa imaginação.

Curiosamente (talvez não tão curiosamente assim, afinal acredito piamente na lei da atração), hoje comecei a reler O Pequeno Príncipe; não me lembrava mais da narrativa nem da mensagem. Do livro, pude extrair muito sobre as formas individuais de se ver o mundo, e sobre a forma com que as crianças contemplam o mundo.

Esse assunto me interessa especialmente: tenho dois pequenos príncipes em casa, cujas mentes me fascina analisar, cujos mundos (infantis) são partes do meu mundo (adulto) e cujas almas eu estou sempre buscando engrandecer.

É lindo demais observar a perspectiva a partir da qual essas pessoinhas enxergam o universo. É um exercício muito prazeroso o de tentar entrar em seus mundinhos e viver neles por alguns instantes, procurar compreender seus medos, suas reações peculiares, de onde vêm seus sorrisos ou suas lágrimas, seus silêncios, seus olhares, e devolver uma resposta, uma atitude, outro silêncio ou outro olhar na mesma sintonia. Eu sempre procuro esvaziar minha mente e partir do nada para compreendê-los pois, afinal, eles ainda não receberam muitos elementos para formar seus diversos conceitos. 

O livro lembra que todos nós já fomos crianças um dia. Nos inspira a parar por instantes e buscar sensações que já tivemos quando pequenos, deixando de lado o papel de adultos que fomos obrigados a assumir por força da vida. Essa identificação com nossas crianças nos ajuda a ver o universo sob suas perspectivas e, assim, interagir com elas e passar nossas lições da forma mais eficaz. Ainda que o exercício de identificação não pareça fácil, comecemos por ouvir os pequenos. Calar e escutar uma criança falar, e responder com pertinência (entrar no mundo dela), exige apenas que nos desliguemos por um momento do nosso mundo (celulares, computadores, TVs etc). 


E por nos lembrar que já fomos crianças um dia, O Pequeno Príncipe nos faz questionar certas posturas que são possíveis apenas no mundo adulto. Por exemplo, o empresário que se considera dono das estrelas e passa a vida a contá-las não dá ao menino uma resposta satisfatória à pergunta: "E para que serve ser rico?" É a tradicional visão do dinheiro pelo dinheiro, compartilhada por muitos. E com isso, ao nos ternarmos adultos, acabamos perdendo a noção do que é essencial a nós mesmos, algo que as crianças têm de sobra e que devemos nos esforçar para que permaneça com elas.

Tenho certeza absoluta que me esforçando para convergir meu modo de encarar a vida com a forma dos meus pequenos olharem para o universo vou conseguir que eles extraiam de si mesmos o melhor, que mantenham o que é essencial ao homem (princípios, amor, compaixão, paciência, noção da nossa pequenez e da efemeridade desta vida - humildade), que desenvolvam meios de estar na selva e nela competir sem morrer por dentro. Vou me esforçar muito para que a magia permaneça neles e para que eles não deixem de acreditar em seus Papais Noéis, carneiros na caixa, em seus sonhos. 





 

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