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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Quem tem nojo de barata?

Chego em casa à noite, cansada, casa bagunçada. Vou, sem pensar, como faço sempre, pegando um e outro objeto fora do lugar e devolvendo cada um ao seu cômodo/móvel de origem. Calor. Arranco os sapatos. Deixo a bolsa na cômoda do meu quarto. Há pequenos brinquedos espalhados ao lado da minha cama, mas deixo no criado-mudo para guardar amanhã. Um pedaço de bolacha maizena perto da porta; recolho do chão. Meu inconsciente sabe que o lixinho do escritório (pegado ao quarto) é o mais próximo. Abro a porta de correr sem pensar e dou um grito muito alto: pisei com meu pé direito numa barata!!!! Mais precisamente com meu dedinho direito que, graças à sabia mão do destino, ficou bem machucado depois de uma longa corrida na praia e está recoberto por um Band-Aid. 

Uma coisa asquerosa. Sorte que não foi longe. Parou. Deu tempo de pegar o inseticida e lançar sobre ela. Ainda estava viva. Acabei de matar com meu tênis. 

O que é esse nojo tremendo que sentimos com batatas? Ao pisar nela, senti um arrepio que começou no dedo e subiu até a barriga, como se estivesse andando em mim. E não sou de gritar. Por que gritei por pisar num inseto inofensivo? As patinhas, o movimento rápido, as asas, as antenas se mexendo, o jeito que andam pelos cantos, como que se escondendo.

Sabemos que as baratas são sujas, mas moscas também são, e não nos causam uma aflição igual. Cheguei a pesquisar e descobri que essa sensação vem de nossos ancestrais; afinal, as baratas apareciam toda vez que os caras estavam em locais inóspitos, desagradáveis. De fato, meu asco de baratas só pode estar nos meus genes, não tem outra explicação.






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